A produção brasileira de grãos nos anos de 2021 e 2022 está estimada em 268,2 milhões de toneladas. Conforme informações de Carlos César Floriano, CEO do Grupo VMX, “Se confirmada a expectativa da estatal, a produção será 5% superior à safra anterior”, esclarece. O Quinto Levantamento de Safra de Grãos 2021/2022 divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) na quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022 estima que cerca de 12,79 milhões de toneladas a mais deverão ser colhidas no período.
A safra atual foi afetada pela forte estiagem, confirmada nos estados do sul do Brasil e no centro-sul do Mato Grosso do Sul, o que justifica estimativas de perdas significativas de produtividade, principalmente nas lavouras de soja e milho. Apesar de as chuvas em janeiro terem sido mais regulares em relação a dezembro do ano passado nas regiões sul, não foram suficientes para atingir a média esperada neste período na região.
Com 16,8% da safra já colhida, a produção de soja deve ser de 125,47 milhões de toneladas, diminuição de cerca de 9% em relação ao período anterior. Na maioria das áreas produtoras, o plantio das oleaginosas ocorreu dentro do prazo ideal, o que provocou esperanças positivas. No entanto, a partir de novembro, as coisas mudaram devido às más condições climáticas.
O impacto do fenômeno metereológico conhecido como La Niña prejudicou fortemente as chuvas registradas. Quase toda a região sul e partes do Mato Grosso do Sul sofreram com a queda do volume de chuvas nos meses de novembro e dezembro, além das altas temperaturas, fazendo com que a produtividade da região caísse acentuadamente. Quanto ao milho, apesar do clima desfavorável na primeira safra, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) espera recuperação da produção, com estimativa que devem ser colhidas 112,34 milhões de toneladas, um aumento de 29% em relação à safra dos anos de 2020 e 2021.
A produção de grãos da primeira safra deve ficar em torno de 24 milhões de toneladas, muito próximo ao da safra passada. Para a segunda safra, a produção deverá aumentar 47%, ou seja, para 86 milhões de toneladas. Este incremento se deve aos preços atrativos impostos pelo mercado e ao plantio na janela ideal de soja, principal cultura à frente do milho. A área planejada já foi plantada, com foco no Mato Grosso, com taxa de plantio de 42,6%.
A estimativa de produção de milho da segunda safra é um bom presságio, pois se o tempo estiver bom, a produção terá um grande aumento, onde estão estimados 25 milhões a mais que no ano passado. Isso é uma grande ajuda para o abastecimento interno e os compromissos, principalmente na produção de proteína animal.
Já o feijão, a produção deve girar em torno de 3 milhões de toneladas. A safra do primeiro trimestre deve cair 4,2%, ou seja, para 935,5 mil toneladas. Os resultados refletem uma redução na área plantada como na produtividade. No entanto, espera-se uma recuperação nas próximas duas safras do feijão. Para o arroz, a Conab espera uma redução de cerca de 10%, com expectativa de colheita de 10,57 milhões de toneladas. Conforme os estudos realizados, questões relacionadas ao clima do país foram apontadas como um dos fatores decisivos para probabilidades da safra 2021/22.